terça-feira, 3 de junho de 2008

MULCHAGEM

MULCHAGEM


Robério Márcio Martins Neves
Engenheiro Agrônomo, M. Sc.
Mestre em Agricultura de Sequeiro

A “mulchagem” é a cobertura do solo com restos de culturas, serragem, capins secos, papéis, lixo, maravalha etc. Os principais benefícios da “mulchagem” ao solo são o abafamento das ervas daninhas, a conservação da umidade, a diminuição nas variações da temperatura do solo e a melhoria da estrutura do solo.
Existem “mulchs” orgânicos, do próprio solo e de pedras.
Os “mulchs” orgânicos são as práticas de cobrir o solo com camadas de capins, palhas, resíduos ou qualquer material que se decomponha.
Diversos experimentos feitos com cobertura do solo por “mulchs” orgânicos indicaram que houve aumento na capacidade de infiltração de água no solo, conservando a umidade do solo por mais tempo e melhorando a estrutura do solo. Houve, também, aumento dos microorganismos do solo para decomposição da celulose do “mulch”, havendo aí maior demanda de nitrogênio pela multiplicação de bactérias e fungos, concorrendo para o amarelecimento das plantas, em virtude da deficiência de nitrogênio. Em solos pobres em nitrogênio, foi indicada uma adubação nitrogenada, após a cobertura do solo, para as lavouras em crescimento.
Havendo cultivo da área, as operações de preparo do solo e a conseqüente exposição do solo, aumentam os processos microbianos. Há então uma diminuição da taxa humosa do terreno, tendo-se necessidade de se fazer práticas conservacionistas.
Com o propósito de se elevar o teor orgânico do solo, faz-se as práticas de rotação de cultura, repouso, adubação orgânica e sombreamento.
Outra prática conservacionista usada para aumentar o teor de matéria orgânica do solo é a cobertura verde ou adubação verde. A adubação verde consiste no plantio de uma leguminosa para posterior enterrio, a fim de aumentar o humo, conservar a água e melhorar a estrutura do solo. A adubação verde contribui para o aumento do teor de nitrogênio no solo, além de melhorar o teor de matéria orgânica do solo, sua estrutura e permeabilidade e, também, proporcionar boa cobertura, protegendo o solo do impacto direto das gotas de chuva.
O “mulch” do próprio solo é a formação entre as fileiras de plantas, em lavouras limpas, de uma camada de terra fofa que, apesar de não impedir a evaporação de água, há economia parcial de umidade, que seria absorvida pelas ervas que foram arrancadas.
O “mulch” de pedras é a cobertura do solo com pedras, com a meta de se conservar umidade. O “mulch” de pedras diminui a erosão, em virtude de diminuir o run-off , porém a conservação da umidade é menor do que a com cobertura de “mulch” orgânico.
O uso de “mulchagem” no Nordeste é viável porque, além dela ser uma eficiente prática para a conservação do solo e da água, contribui para amenizar a temperatura do solo e conservar a umidade, visto que no Nordeste, devido às altas temperaturas, a maior perda de água se dá por evaporação. A “mulchagem” também contribui para o controle de ervas daninhas, serve como adubo orgânico e promove o aumento de produção das lavouras.

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